Saiba mais sobre este aparelho de medição, que ajuda a identificar ambientes prejudiciais à audição
Que tal conhecer um equipamento que traz mais conforto para sua audição? Sim, porque barulhos exagerados em ambientes fechados, principalmente, não só incomodam como também podem gerar graves problemas de saúde.
Em algumas situações, a mediação precisa ser feita no âmbito do trabalho, como é o caso de fábricas e indústrias que, para produzirem, geram barulhos intolerantes ao ouvido humano. Para controlar esses sons, cuja unidade de medida são os decibéis, é preciso utilizar um equipamento capaz de transformar o som espalhado na atmosfera em um dado numérico.
De nome derivado da unidade medida padrão do som, o decibelímetro foi desenvolvido para executar justamente a função de medir o ruído emitido em determinado ambiente seja ele aberto ou fechado.
Sabe aquelas casas de shows próximas a residências, a hospitais e a escolas? Você já pensou como eles conseguem manter o som dentro de um padrão, sem incomodar os vizinhos? Pode ter certeza que o decibelímetro é aparelho comum nesses casos.
Neste texto, vamos tratar sobre esse aparelho e sua eficiência. Isso porque, você precisa conhecer cada detalhe do produto para escolher aquele que seja apropriado para o objetivo desejado.
Para tanto, vamos falar com mais detalhes sobre a diferença entre som e ruído. Como um som pode se transformar em ruído e como isso acontece. Também trataremos dos problemas que a exposição permanente a ruídos pode causar a sua saúde. Dados da Organização Mundial da Saúde alertam para esses riscos.
E vamos ainda trazer todos os detalhes do equipamento mais adequado para determinada medição. O que é um decibelímetro? Como funciona? Quais suas funções? Os tipos mais indicados para cada ambiente e a importância de calibrar.
Você sabia que existem três tipos de microfones para cada decibelímetro? Vamos falar sobre isso também. Por isso, se você está interessado em investir em um medidor, não perca nenhum detalhe!
Para que serve o decibelímetro?
O Medidor de Nível de Pressão Sonora (MNPS), também chamado de decibelímetro, é um equipamento utilizado para realizar a medição dos níveis de pressão sonora em ambientes externos e internos. O nível de pressão sonora é uma grandeza que representa razoavelmente bem a sensação auditiva de volume sonoro.
Apesar do nome difícil, o instrumento é fabricado para detectar ruídos abaixo e acima do que o aparelho auditivo humano pode registrar. Para tanto, possui um alto grau de sensibilidade no microfone acoplado ao aparelho.
Ao mesmo tempo, ele é facilmente manuseado, podendo ser usado em situações diversas. É ideal, por exemplo, para medir o barulho da sua vizinhança durante festas, ou de aparelhos de sons, de cânticos em igrejas.
Ele é portátil e prático, e está cada vez mais exato no resultado da medida, já que são oriundos de estudos físicos aliados ao desenvolvimento de tecnologias de ponta na fabricação.
Ruídos: como surgem e por que são um problema?
A onda sonora se forma a partir da vibração dos corpos. É assim com as cordas vocais e os instrumentos musicais. Ao vibrarem, eles produzem sons. Aqueles que vêm em formato de música, por exemplo.
Mas também há aquele barulho que ouvimos quando algo cai no chão ou objetos se chocam e aqueles bem familiares para quem mora em cidades grandes como buzinas, sirenes, anúncios, trens, obras e pessoas falando alto, tudo ao mesmo tempo.
Esses sons que normalmente não conseguimos controlar são mais conhecidos como ruídos e não agradam em nada os nossos ouvidos – pelo contrário, causam muito incômodo. São exatamente esses barulhos que vão gradativamente interferindo na saúde nosso aparelho auditivo.
A onda captada pela orelha chega à orelha interna com toda a pressão sonora que recebemos. Elas são transformadas em impulso elétrico pelas células da cóclea que o carrega até o cérebro. Ou seja, não há filtro. O total de decibéis (dB) que são emitidos pelo ambiente externo é absorvido por cada ouvido no volume que chegam.
Surdez: um problema de saúde mundial
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia, 30 a 35% dos casos de perda auditiva ocorrem em razão da quantidade de ruídos a que somos expostos durante as atividades de rotina da vida. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que 900 milhões de pessoas fiquem surdas até 2050, se os cuidados não forem tomados agora.
O número total de pessoas prospectado pela OMS mais que dobra a quantidade de surdos no mundo. E isso se deve principalmente a dois fatores: envelhecimento – pessoas vivem por mais tempo e, consequentemente, ficam mais sensíveis aos barulhos – e ao crescimento exagerado do ruído produzido no dia a dia das cidades.
Agora, já imaginou perder a audição, parcial ou totalmente? Para evitar que isso aconteça, são necessárias ações de prevenção como evitar certos ambientes e não cair na tentação de aumentar o volume dos sons, mesmo quando desejados. Isso, inclusive, já pode ser o primeiro sinal de que já não escuta tão bem como antes. O problema é invisível, mas pode causar uma perda irreversível da sua autonomia auditiva.
Sintomas dos ruídos
Os ruídos passaram a afetar o aparelho auditivo humano, de forma que precisaram ser controlados, medidos e regulados, a fim de preservá-los e não afetar a continuidade do trabalho, sem grandes prejuízos ao trabalhador.
A exposição a níveis superiores a 80 decibéis pode causar lesões ao ouvido e sintomas como desvio de personalidade, fadiga, neurose e até psicose. Por isso, no Brasil, a Norma Regulamentar (NR 15) estabelece os limites de tolerância para exposição a ruído contínuo ou intermitente e para ruído de impacto. A partir de 85 decibéis, as horas de trabalho são reduzidas a 4 horas por dia e de 90 dB a 2 horas, por exemplo.
Foi a partir dessa necessidade que foram criados os medidores sonoros, como o decibelímetro. Eles medem o barulho de um local, considerando os padrões exigidos pela legislação trabalhista brasileira, no intuito de garantir a saúde auditiva do colaborador.
Componente de segurança
O decibelímetro é indispensável para controlar a pressão sonora dos diversos espaços de trabalho e deve ser utilizado para que as empresas regulem os barulhos que sejam nocivos à saúde do funcionário.
A ideia é que a equipe responsável pela segurança do trabalho atuem para assegurar um ambiente mais seguro e salubre para o colaborador. Geralmente são ambientes muito barulhentos os da construção civil, indústria e fábricas, que geram ruídos durante a produção.
Algumas precauções já são tomadas para reduzir o dano gerado pela pressão sonora de maquinário e obras. É o caso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que incluem capacete e protetores auriculares. Ambos protegem a região da orelha e ajudam a diminuir a pressão levada ao cérebro.
Apesar disso, a medição de volume sonoro precisa ser periódica e eficiente, pois isso pode influenciar na quantidade de horas de trabalho, já que enquanto neste ambiente, o trabalhador está exposto a esse barulho.
Como funciona um decibelímetro?
O decibelímetro capta a medição da pressão sonora em decibéis, no momento em que o aciona. O microfone do decibelímetro é peça vital no circuito, sendo sua função a de transformar um sinal mecânico – vibração sonora – em sinal elétrico.
A transformação acontece por meio de ressonância, que realiza a leitura da vibração captada por um oscilador interno, cuja frequência do som o faz oscilar. O circuito de medição do decibelímetro pode ser usado no modo lento ou rápido.
Cada tipo deve ser usado para situações específicas. O primeiro facilita as medições em ocasiões de ruídos rápidos, ou seja, como uma onda que começa e termina em curto espaço de tempo.
Já a segunda opção é indicada para auferir um som mais longo, como nos casos que acabam gerando incômodo, por serem contínuos. Essas alternativas são possibilitadas pelo circuito integrado do medidor.
Decibelímetro e capacidade de medição
Enquanto o limite da audição humana para a conservação da saúde auditiva é de 80 decibéis para um ouvido normal. Para sons altos, chega a 120 dB, já interferindo na saúde auditiva e mental, quando exposto a essa padrão durante muitas horas, ao durante longos períodos.
As medidas seguem um padrão para auferir volumes sonoros, a maioria dos decibelímetros fabricados, atualmente, podem medir volumes sonoros de 30 a 130 dB.
Com o tempo a capacidade de precisão foi ficando cada vez maior, sendo apurada pelos avanços tecnológicos, que inseriram filtros de ponderação de frequência e sensores altamente sensíveis e direcionais.
Pesquisas científicas e experimentos contribuíram para o circuito integrado que compreende a medição em diferentes espaços fosse aprimorado. Os sinais sonoros são captados de forma rápida pelo aparelho medidor, cuja curva de frequência, inclui os sons agudos e graves. Eles compõem o cálculo dos decibéis.
Tipos de microfone dos decibelímetros
Os microfones dos decibelímetros são classificados em três classes: microfone de incidência aleatória, de campo livre e de pressão. Cada tipo tem propriedades específicas. Ou seja, devem ser utilizados em ambientes determinados e com o microfone em ângulo adequado para garantir um resultado mais preciso.
Por exemplo, o aleatório é indicado para uso em campos com sons difusos e angulação de 70° em relação à fonte do som. O de campo livre deve medir barulhos em área aberta e diretamente na origem.
Já o de pressão tem capacidade acurada quando utilizado em cavidades fechadas como tubos ou dutos, sendo irrelevante a posição do sensor, uma vez que nesse tipo de ambiente o som será equalizado por igual.
Afinal, como usar o decibelímetro?
O primeiro passo é configurar a ponderação temporal. Isso vai depender do tipo de ruído que você pretende registrar. Os aparelhos oferecem dois modos, o slow e o fast. Como já foi explicado, o lento é mais adequado para medir volume que mude lentamente. Já o rápido é indicado para ruídos com mudanças bruscas.
Primeiro pondere a presença do som, ativando o botão A ou C, ambos servem para identificar a frequência. A diferença entre as ponderações A (dBA) e C (dBC) é a sensibilidade que cada filtro possui para determinadas faixas de frequência, dependendo do tipo de ruído que se deseja medir.
Em seguida, é só direcionar o microfone, conforme determina as regras para cada tipo de microfone. Verifique as instruções e conheça bem seu instrumento antes de usar.
Com alguns tipos, os microfones devem ficar bem próximos ao local, máquina ou barulho. Em outros casos, eles precisam ser posicionados em ângulos diferenciados. Esse detalhe ajuda a reduzir muito a margem de erros das informações catalogadas.
Decibelímetros e suas tecnologias
O mercado disponibiliza vários tipos de decibelímetros. No decibelímetro digital, os números da pressão sonora medida são visualizados em uma tela. Muitos defendem que ele tem mais precisão que o analógico.
O decibelímetro analógico, por sua vez, entrega as informações por meio de um ponteiro que se movimenta sobre a escala graduada, conforme registra a pressão sonora externa, e o multifunção, utilizado para verificar temperatura e umidade.
Além desses aparelhos fabricados especialmente para atender à função de medir sons, as novas tecnologias apresentam opções de aplicativos de celular que prometem realizar atividade semelhante à do decibelímetro.
Para isso, basta instalar o medidor e executar a ação. Ele usa o microfone do próprio telefone para captar o som do local. Apesar de oferecer praticidade e custo baixo, já que podem ser baixados gratuitamente, a precisão desses aplicativos não é garantida.
Medidores de maior qualidade oferecem, ainda, o tempo de integração impulso, adequado para medições de sinais impulsivos (disparo de arma, ruído gerado por prensa, etc). Além da integração no tempo, também chamada de ponderação no tempo, os medidores oferecem diferentes curvas de ponderação na frequência.
Calibragem do decibelímetro
Com o tempo, o microfone do decibelímetro pode sofrer alguma variação em razão do uso frequente ou até mesmo da falta de uso. Questões climáticas também podem interferir na calibragem e, por consequência, no resultado das medições. Por isso, é preciso realizar uma espécie de ajuste.
Para realizar a calibração, basta encaixar um calibrador acústico no microfone do decibelímetro, selecionar o valor desejado e ajustar até que o medidor possua o mesmo tom do calibrador.
Para garantir a precisão do aparelho, a calibração pode ser feita antes e depois do uso, observando a indicação do fabricante. O importante é assegurar que o instrumento realize a medição com a menor margem de erro possível.
Para casos de uso profissional, em empresas e indústrias, por exemplo, ainda é preciso que o aparelho esteja com calibração de fábrica atualizada e que seja feita periodicamente em laboratórios. Todos os tipos devem passar por inspeção do órgão responsável, o INMETRO.
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