Trabalhar em um espaço confinado não é uma tarefa simples. A falta de oxigênio, a presença de gases tóxicos e ainda as dimensões limitadas, tornam esses locais altamente perigosos para a vida dos trabalhadores. Na ausência de condições de segurança adequadas, podem ocorrer lesões, envenenamento por produtos químicos perigosos, asfixia por baixos níveis de oxigênio ou queimaduras por explosões, entre outros.
Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais sofrem com acidentes de trabalho, ocupando a quarta posição no ranking mundial de acordo com Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os números ficam ainda piores quando se contabiliza os acidentes de trabalho em que há mortes: o Brasil ocupa a segunda colocação entre os países do G20 em mortalidade por acidentes no trabalho.
Por isso, todo cuidado e atenção é válido quando o assunto é a segurança dos trabalhadores.
O que é espaço confinado?
Conforme a Norma Regulamentadora 33 (NR-33), espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. Sendo assim, as características, de forma geral, são:
Pouca ou alta concentração de gás oxigênio – O percentual de oxigênio aceitável em espaços confinados é de 19,5 % a 23 % de VOL, desde que a causa da redução ou enriquecimento de O2 seja conhecida;
Alta concentração de gases tóxicos, como sulfeto de hidrogênio, metano e monóxido de carbono;
Falta de ventilação natural;
Baixa visibilidade;
Pouco espaço para mobilidade, com ambientes apertados e sem vias de escape.
De acordo com a Fundacentro, alguns exemplos de espaços confinados são:
Construção civil – valas, poços, dutos, escavações e galerias subterrâneas;
Indústria agrícola – biodigestores, silos, poços, cisternas, esgotos e valas;
Setor alimentício – fornos, depósitos, misturadores, secadores, toneis e dutos;
Indústria química – dutos, lavadores de ar, reatores e colunas de destilação;
Metalurgia – tubulações, poços, tanques, coletores e depósitos;
Serviços – esgotos, digestores, incineradores e galerias;
Transportes – tanques de aviões, caminhões, vagões e navios que carregam combustíveis.
Cuidados essenciais para o trabalho em espaço confinado
Algumas recomendações básicas para garantir a segurança do trabalho em espaços confinados são:
Antes de entrar, identifique quaisquer perigos físicos;
Não entre em um espaço confinado sem ter uma licença ou sem ter recibido treinamento;
Estude, compreenda e siga os procedimentos do empregador antes de entrar no espaço confinado com permissão e saiba como e quando entrar e sair;
Antes e durante a entrada, examine e controle o teor de oxigênio, inflamabilidade, toxicidade ou riscos de explosão, conforme necessário;
Use proteção contra quedas, resgate, monitoramento do ar, ventilação e equipamento de comunicação de acordo com os procedimentos de entrada.
Confira a seguir o detalhamento de algumas dessas medidas
Controle de entrada e saída
O controle de acesso a qualquer área confinada é feito de forma que somente pessoas autorizadas entrem, por tempo limitado, e que tenham um procedimento previamente formalizado antes da entrada. Sendo assim, a NR-33 prevê a execução de medidas para bloquear o acesso aos espaços confinados.
Além de restringir o acesso, é necessário isolar e sinalizar os espaços confinados para impedir, por exemplo, o religamento acidental das fontes de energia com travas, bloqueios, lacres e etiquetas de identificação.
Supervisor de entrada
Sempre deve existir um supervisor de entrada. É ele quem se encarrega de verificar as condições de entrada, comprovar o preenchimento da autorização de entrada e anulá-la se julgar como inseguras as condições de trabalho. Além disso, deve orientar os trabalhadores identificando os deveres de cada um e providenciando a capacitação exigida para a realização do projeto.
PET é exigência para todos os trabalhadores
A Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento com o conjunto de medidas de segurança e emergência previstas para o desenvolvimento de atividade segura em espaços confinados.
Portanto, todos os profissionais que precisem atuar nos espaços confinados precisam apresentar a PET. Como dito acima, o supervisor de entrada é o responsável por emitir a permissão antes do início das atividades, bem como executar testes a fim de conferir os equipamentos e procedimentos exigidos, cancelar a PET se necessário e encerrá-la após a conclusão do serviço.
Equipamentos de proteção individual e coletiva
Para atividades em espaços confinados, os trabalhadores devem utilizar os EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), além de equipamentos de proteção respiratória e de resgate. Além disso, todos devem ser testados e estarem aprovados pelo INMETRO.
Equipe de resgate
O trabalho em espaços confinados envolve um problema de riscos que exige uma série de medidas preventivas mais exigentes. Dessa maneira, diante de uma situação de risco em um espaço confinado, qualquer tentativa mal concebida de salvar um parceiro pode ter resultados verdadeiramente catastróficos, levando a ferimentos muito graves ou mesmo à morte.
Ademais, também é de responsabilidade do empregador implementar procedimentos de emergência e resgate adequados aos espaços confinados incluindo uma equipe responsável pelos primeiros socorros.
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